segunda-feira, 24 de março de 2008

Memórias de cartas

Melhor ainda, não são papais, mamães, filhinhos. Amar. Escolher pelos meios que o mundo nos deu, tudo isso que flui da sua boca, tudo isso que você não se cansa de dizer, tudo isso que você, e não só você me fez entender, mas ainda é cedo para explicar. São os arrepios de todos os encontros e desencontros de todos os nossos dias, de todos os nossos beijos, abraços, caricias, espaços, sonhos, puxões, empurrões, cortes, viagens, passagens, mortes, bagagens ( haha, é você! E o sonho não vai acabar, e continua você...)

E quantas bagagens, e quanta bagagem...Quantos dias tornados em meses quantas horas batendo em nossas caras entre chorar e não chorar, entre amolecer e continuar a viver, entre o desespero de querer ficar junto, a necessidade de manter-se separado. A fluência emotiva de viver outras realidades, mais amores, mais separações, e bem mais coração todos os dias. A coisa mais dolorosa e tola: Nada nem ninguém é apagado. A vida sempre vai ser o que aconteceu até hoje, não existem negações de motivos, não existem justificativas mais plausíveis que as circunstâncias. Claro que podemos mudar o mundo, mas o mundo é ( como você mesmo diz) muito grande e muito pequeno, e essa distancia física nós não temos mesmo direito de alterar, é nossa vida, e mesmo tendo sido arrancada de tantos lugares, tendo sido tragada para lugares, vidas, e realidades tantas vezes, eu sei e você também sabe, que foi o caminho até aqui, de olhos fechados ou abertos não mudaria nenhum desses passos, por que foram esses que nos trouxeram até aqui. E aqui é o lugar onde nós alteramos as distancias como sonhamos por todos os anos, o ponto onde eu sei que não viveríamos um sem o outro. Onde viveremos assim...uma costura por fora do espaço.

sábado, 22 de março de 2008

Shit! Now i just can see it...

É muito raro, isso é uma coisa estranha pra dizer, eu deixar que meus olhos transpareçam o que acontece do lado de dentro. Quando é desnecessário, o que infelizmente cobre noventa e cinco por cento das situações. Lembro quando um cara me disse, um cara que eu não respeito muito ultimamente, que a gente só escreve bem sobre coisas que a gente não sente. Como sempre. Eu entendi a piada melhor que ele.

Isso soa arrogante como eu, quando dito assim. Mas a verdade é que eu não sei como, mas grande parte das pessoas só entende sentimento como algo intangível. E ele é um grande mestre nessa não-arte. O que vem daqui pra frente, não é saudável para aquelas pessoas que assistem as novelas das oito. Não é muito saudável nem para quem leu tranquilamente os sofrimentos do jovem Wherter. É sobre a pior parte da realidade. Eu lembro que quando eu tava um pouco mais sensível que o necessário. No oposto do que estou agora, eu não dei muita moral pra frase ‘Você desiste de sua mente, pra segurança do seu coração.’ Agora quase sem sentimentos isso me fode. Da pior maneira possível; sem sentir.

O sentimento em mim, nesse momento em particular, parece uma foto do sol surgindo no horizonte. Com os dizeres ‘queria estar com você pra ver o dia amanhecer’. Só uma estorinha pra boi dormir. Nossa cabeça é capaz de fazer coisas engraçadas. Uma serie de situações uma série de besteiras. Para aplacar a vazies de alguns instantes. Engraçado daquele jeito que não dá vontade de rir. Não chega a ser agridocemente engraçado. É uma piada que seria engraçada em qualquer outro momento, nesse não. A onda do humor é o timming, a grande onda de quase tudo é.

Quando a gente se entrega para a vida, ou para qualquer coisa. A gente acaba pondo um monte de coisas em risco, a mais importante somos nós mesmos. As piores partes da vida soam como special k. Pra quem nunca cheirou key isso parece até legal, vida em terceira pessoa. Podemos fazer qualquer coisa afinal é como se nós fossemos um personagem. Não, crianças, não é tão legal. Se existem três camadas para tomada de atitudes estejam certos que não é legal perder o super-ego em alguma aposta impensada, ou em uma aposta pensada e ignorada. Pior que isso é pensar que a coisa toda não e um jogo sádico. A coisa mais difícil de reunir nessa vida é uma personalidade. O que nós somos são todas as cartas que temos. E não é tão complicado fabricar um royal straight flush quando se joga sem cartas. Menos palavras aqui, mais linguagem corporal ali, umas pitadas de displicência. E algumas gotas de subversão ( eu já escrevi algo interessante sobre subversão, é só ver a palavra no sentido literal que fica fácil ver como é fácil trapacear. )

Quando existe um sistema de regras definido, e um monte de gente aceitando esse sistema, a forma mais fácil de se destacar é burlando as regras. Conhecer as regras, saber que elas existem. Como minha mãe sempre diz ‘o único jogo que vale a pena jogar é o da vida’. Eu gosto de adicionar um ‘por que todo mundo ignora o fato de estar jogando’. Eu em particular gosto de todos os outros jogos, não gostar de jogos é como não gostar de masturbação, a gente fica meio sem saber pra onde ir quando ta lá no real-deal. Jogar é bom também por que reafirma nossas camadas de ação aquela parada de ter um super-ego. O mais divertido sobre isso ( por isso deus é uma musica e ritmo é vida ) a parte cosmicamente sarcástica disso, é que quando a gente tá losing our minds for the sake of our hearts, nós nos tornamos grandes jogadores, de qualquer coisa. Por que nós não estamos dentro da gente, a gente é obrigado a sair, dar uma volta e esperar alguém jogar água no chão pra poeira ficar por lá, vida é rinite alérgica numa tecelagem abandonada. Eu não lembro da minha consciência em uma crise de espirros, eu quero dizer.

Voltando ao sentir e não sentir. Que isso ta ficando abstrato demais pro gosto de qualquer um. Quando ficamos ‘normais’ é difícil infringir dor. Por que a dor nos é tangível, isso é base da idéia de perdão que conheço. Esse texto todo provavelmente seja sobre perdão. Sobre aceitar que nem sempre as pessoas são quem elas deveriam ser, por que nem sempre tudo corre como o planejado, ou por que nem sempre se planeja tudo o que se faz.

Como quando deliberadamente decidimos que alguém merece um discurso, e nós discursamos bem, ou quando negligenciamos alguém, ou quando simplesmente a codificação da mensagem é diferente de um lado pra o outro, efeito telefone-sem-fio, ou mal-entendido. Mais uma coisa aprendida com os sofrimentos do jovem Wherter.

Acho que me perco na inexatidão das minhas regras com a matemática do auto-respeito, da responsabilidade, dos sentimentos, e da ausência deles.
Um dia após o outro com um cérebro e uma linguagem é um negócio complexo. O esquema é ver se dá certo com vida ao invés de heroína.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Fluorescent Adolescent

You used to get it in your fishnets
Now you only get it in your night dress
Discarded all the naughty nights for niceness
Landed in a very common crisis
Everything's in order in a black hole
Nothing seems as pretty as the past though
That Bloody Mary's lacking her Tabasco
Remember when he used to be a rascal?

Oh that boy's a slag
The best you ever had
The best you ever had
Is just a memory and those dreams
Weren't as daft as they seemed
Not as daft as they seemed
My love when you dreamed them up...

Flicking through a little book of sex tips
Remember when the boys were all electric?
Now when she tells she's gonna get it
I'm guessing that she'd rather just forget it
Clinging to not getting sentimental
Said she wasn't going but she went still
Likes a gentlemen to not be gentle
Was it a mecca dobber or a betting pencil?

Oh that boy's a slag
The best you ever had
The best you ever had
Is just a memory and those dreams
Weren't as daft as they seem
Not as daft as they seem
My love when you dream them up
Flo, where did you go?
Where did you go?
Where did you go? Woah.

Falling about
You took a left off Last Laugh Lane
You just sounded it out
You're not coming back again.

Falling about
You took a left off Last Laugh Lane
You just sounded it out
You're not coming back again.

You used to get it in your fishnets
Now you only get it in your night dress
Started all the naughty nights with niceness
Landed in a very common crisis
Everything's in order in a black hole
Everything was pretty in the past though
That Bloody Mary's lacking in tabasco
Remember when he used to be a rascal?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Ode aos dias

A massa onisciente da agonia
As noticias de agora de hoje em dia
Dez segundos, dez mil anos... fibras óticas
Das análises caóticas às circunstancias despóticas

O dia, a noite, a informação, a orgia onírica dos vícios
o prelúdio do fim anunciado põe anônimos sócios
de Anônimas sociedades engolindo o universo abstrato
números gerando fome, fome gerando morte, morte hábito

Morte no hálito das ruas - que é de todo esse inferno - substrato
O retrato glorioso do gozo deste tempo desgostoso o clímax de uma era
o despertar de uma fera que decepa cabeças voluntárias a bandeja
que despeja seu gosto de inveja, seu bouquet de xanax
Seu duvet de diversão torpeza, seu céu seu inferno, sua indústria sua igreja

Seus olhos de vidro na plasticidade de seu mundo cinza, do meu mundo cinza
Das cinzas desse fogo de onde sairemos fênixes ou não, letárgicos zômbicos...
Sabe lá o que sairá do murmúrio-anão do fim de um mundo disforme-mágico
De dinâmicas anacrônicas embasbacantes de tão babacas

Sumindo todo dia no sufoco gástrico de viver no futuro
Queimar os dias de hoje nos dias de amanhã, agendas relógios, a gente os espólios.
Queimar do amanhecer verde metropolitano. olá monóxidos, dióxidos, destroços
olá viela de alterações biológicas, olá monstros míticos desses dias

Meninas, meninos,crianças. Um beijo, uma lambida. Enchem a barriga
Do pus sexo-social de nossos dias, da quintêssencia da vida
Inocências vendidas no mundo sem lei, por menos que um prato de comida.

Por nervos em frangalhos, por olhos sem íris, por bocas ressequidas.
De Craxi, de cola, do thinner, da fome, da merla, da merda da vida
Da eternidade instantânea dos segundos pontiagudos passantes
vinte e quatro horas de aula: dispersão intensiva dirigida
Fome explosiva de poder! Comunicação massiva distorcida

Os tiros, a balburdia, a doutrina hiperinflada do medo
Cebola, alho, cominho, e gente; Tempero barato.
Ingredente agridoce deste cômico enredo

Aproximo-me, esfrego-me, enveredo-me, imiscuo-me
Das vísceras podres do concreto esverdeado das Revoluções
Nos prédios lacrados das corporações, no mundo de cromo da situação
Paredes reluzentes de aço coruscante, pedra, sobre pedra infame
Sob o grito fenomênico desistente desse último instante
A beira do abismo onisciente. Do fim anunciado desinportante


O homem que reprime o assassínio corta as veias de seu mundo
e deixa-o sangrar na indiferença e o mundo nosso morre indigente
E não, não me digam que foi a gravidade a derrubar esta torre
Fora a gravidade do engenheiro ao tentar retificar - de tornar reto -
As espiras do bruto, tentar eufemizar ser homem acabando no próprio reto

CEOs, corretores,a máquina caótica dos sócios minoritários, os corruptores
cães de guarda, putos, estopores - da parte do cão corporativo -
da babel babona, bêbada! Ruere Babel, Ruere Babel do bobo novo milênio.

Dos milésimos de sengundo onde vive todo teu dinheiro
O muito pouco do mundo muito derretendo o crânio
Empobrecemos vidas, raízes, sorrisos, países, sonhos.
Enriquecemos urânio, escárnio, escarros, escrotos!

Vamos, Vamos etnocídio pela paz; Vamos globalizar a guerra!
Vamos, vamos nos transformar em estrelas, nos cobrir de luminescência
Derretamos a fluorescência dos escritórios, dos laboratórios, dos sanatórios
Dos sanitários. Vamos Intumescer os olhos da negra foligem

Das narinas esbranquiçadas dos montes de cocaína
Dessas tuas veias mundanas de nitroglicerina
Dos pulmões, dos dedos, dos olhos e cabelos, tingidos de nicotina
Da meditação diária na carnificina invísivel da vida-morte de mercado

Dessa insurreição velha de espiritualismo importado de lá, de cá.
Dos últimos Hopi, dos últimos tucanos, dos últimos do juruá
Último tempo, última hora, mundo de sempre mundo de agora.
Agora a glória da história memória que uiva esses modos de mória

Das luzes nossa troça pulsante, mórula atemporal de euforia
Nossa pausa temporal gordurosa, dessa cancerigena agonia
O farfalhar de todas as folhas fluídas de jornal

Quintais, espaços, florestas, lamaçal, o matagal
Tudo quanto é vivo transpaçado de vil cinzento metal
Vida límpida confundida com aço enlaço em pontas e espinhos

Ninhos de aves, sonhos tão graves. Gente tão mutante
Cidades com a morte liquida ladeada de estradas
Brilho, rejuntes, calçadas, beleza leza e falso futuro
Falho virulento, pesado e pesaroso, absurdo futuro escuro.


O virtual momento virtuoso, o virtuoso momento virtual
Mundo do bem, mundo do mal, mundo bem mal, débil mental
Igualando-se aos outros para provar sua individualidade
Dividindo o indivisavel ficando com tudo para si mesmo

Vagando a esmo pelas frestas de sua realidade relativa
Na crõnica invasiva do universo da informação reativa
Na passividade dos ciclos decatentes das decadas
Viva a vida de ontem reativada, viva a pilha desvairada de dias

Vivamos o desvairio cósmico de existir e ser nada e ser tudo
Vivamos o quebra-cabeça de gente num uníssono igual-diferente
Vivamos o sono abismal dos setessentos canais de televisão
Vivamos a diversão da subversão das subversões incoerentes

Alegrem-se pois é o fim de nossa agonia coruscante
Alegrem-se e enfeitem-se do marfim do elefante branco que cai
Alegrem-se pois se isso doi é mentira, se é mentira perdura, então cura

Desilusão! A nuvens não são de algodão, o aço corta, a luta é em vão
Desilusão! A chuva é a vida, e a chuva também queima, DESILUSÃO!
Desilusão! O trabalho edifica o homem, Vejam aí o pedreiro anão.
Desilusão! O mundo não fica mais desse jeito não, vira pó na tua mão!

Vamos! Vamos botox,xanax,benflojim, prozac. Plástico, plástica, ginástica
Vamos! Vamos escultores de corpos, vendedores de mentira, linda e mágica!
Fomos! fomos humanos, fomos orgânicos. Fomos à merda tantas tantas vezes!
Fomos! fomos usados, fomos usura, fomos luxúria, somos lindos e velozes!

Ferrari, Armani, Versace, Ferre, mais dinheiro, desbalanço e mais mulher!
Dolce & Gabanna, Svarovski, Channel, mais poder, hedonismo e prazer!
Somos chique, somos morte, somos a faca o queijo, a carne e o corte
"somo seaway tessado, e corote" são gente, ninguém são, sanidade, subsídio!


Comunidade fratricida assistindo o suícidio televisionado das eras.
Feras engolindo feras, concreto engolindo quiméras, e o grito reverbera
FIM! FIM! FIM! No oco fundo dos encéfalos, na sala de espera dos acéfalos
Fim nas calçadas reluzentes, fim na luz azul das salas de estar
fim na noite que nunca dorme, fim dos dias que nunca acordam.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Chateações de gênero: cosmopolitan NOVA e DEMOCRATAS veja.

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.