sábado, 22 de março de 2008

Shit! Now i just can see it...

É muito raro, isso é uma coisa estranha pra dizer, eu deixar que meus olhos transpareçam o que acontece do lado de dentro. Quando é desnecessário, o que infelizmente cobre noventa e cinco por cento das situações. Lembro quando um cara me disse, um cara que eu não respeito muito ultimamente, que a gente só escreve bem sobre coisas que a gente não sente. Como sempre. Eu entendi a piada melhor que ele.

Isso soa arrogante como eu, quando dito assim. Mas a verdade é que eu não sei como, mas grande parte das pessoas só entende sentimento como algo intangível. E ele é um grande mestre nessa não-arte. O que vem daqui pra frente, não é saudável para aquelas pessoas que assistem as novelas das oito. Não é muito saudável nem para quem leu tranquilamente os sofrimentos do jovem Wherter. É sobre a pior parte da realidade. Eu lembro que quando eu tava um pouco mais sensível que o necessário. No oposto do que estou agora, eu não dei muita moral pra frase ‘Você desiste de sua mente, pra segurança do seu coração.’ Agora quase sem sentimentos isso me fode. Da pior maneira possível; sem sentir.

O sentimento em mim, nesse momento em particular, parece uma foto do sol surgindo no horizonte. Com os dizeres ‘queria estar com você pra ver o dia amanhecer’. Só uma estorinha pra boi dormir. Nossa cabeça é capaz de fazer coisas engraçadas. Uma serie de situações uma série de besteiras. Para aplacar a vazies de alguns instantes. Engraçado daquele jeito que não dá vontade de rir. Não chega a ser agridocemente engraçado. É uma piada que seria engraçada em qualquer outro momento, nesse não. A onda do humor é o timming, a grande onda de quase tudo é.

Quando a gente se entrega para a vida, ou para qualquer coisa. A gente acaba pondo um monte de coisas em risco, a mais importante somos nós mesmos. As piores partes da vida soam como special k. Pra quem nunca cheirou key isso parece até legal, vida em terceira pessoa. Podemos fazer qualquer coisa afinal é como se nós fossemos um personagem. Não, crianças, não é tão legal. Se existem três camadas para tomada de atitudes estejam certos que não é legal perder o super-ego em alguma aposta impensada, ou em uma aposta pensada e ignorada. Pior que isso é pensar que a coisa toda não e um jogo sádico. A coisa mais difícil de reunir nessa vida é uma personalidade. O que nós somos são todas as cartas que temos. E não é tão complicado fabricar um royal straight flush quando se joga sem cartas. Menos palavras aqui, mais linguagem corporal ali, umas pitadas de displicência. E algumas gotas de subversão ( eu já escrevi algo interessante sobre subversão, é só ver a palavra no sentido literal que fica fácil ver como é fácil trapacear. )

Quando existe um sistema de regras definido, e um monte de gente aceitando esse sistema, a forma mais fácil de se destacar é burlando as regras. Conhecer as regras, saber que elas existem. Como minha mãe sempre diz ‘o único jogo que vale a pena jogar é o da vida’. Eu gosto de adicionar um ‘por que todo mundo ignora o fato de estar jogando’. Eu em particular gosto de todos os outros jogos, não gostar de jogos é como não gostar de masturbação, a gente fica meio sem saber pra onde ir quando ta lá no real-deal. Jogar é bom também por que reafirma nossas camadas de ação aquela parada de ter um super-ego. O mais divertido sobre isso ( por isso deus é uma musica e ritmo é vida ) a parte cosmicamente sarcástica disso, é que quando a gente tá losing our minds for the sake of our hearts, nós nos tornamos grandes jogadores, de qualquer coisa. Por que nós não estamos dentro da gente, a gente é obrigado a sair, dar uma volta e esperar alguém jogar água no chão pra poeira ficar por lá, vida é rinite alérgica numa tecelagem abandonada. Eu não lembro da minha consciência em uma crise de espirros, eu quero dizer.

Voltando ao sentir e não sentir. Que isso ta ficando abstrato demais pro gosto de qualquer um. Quando ficamos ‘normais’ é difícil infringir dor. Por que a dor nos é tangível, isso é base da idéia de perdão que conheço. Esse texto todo provavelmente seja sobre perdão. Sobre aceitar que nem sempre as pessoas são quem elas deveriam ser, por que nem sempre tudo corre como o planejado, ou por que nem sempre se planeja tudo o que se faz.

Como quando deliberadamente decidimos que alguém merece um discurso, e nós discursamos bem, ou quando negligenciamos alguém, ou quando simplesmente a codificação da mensagem é diferente de um lado pra o outro, efeito telefone-sem-fio, ou mal-entendido. Mais uma coisa aprendida com os sofrimentos do jovem Wherter.

Acho que me perco na inexatidão das minhas regras com a matemática do auto-respeito, da responsabilidade, dos sentimentos, e da ausência deles.
Um dia após o outro com um cérebro e uma linguagem é um negócio complexo. O esquema é ver se dá certo com vida ao invés de heroína.

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