segunda-feira, 23 de setembro de 2013

The Do (R)evolution

Sua evolução está comprometida. Sendo impedida de acontecer neste exato instante. Enquanto somos educados, enquanto trabalhamos e somos trabalhados. Pouco a pouco somos tornados recursos humanos. No início do 'Admirável Mundo Novo' o DIC diz que um dia serão capazes de criar Ipsilons perfeitos. Nosso deplorável mundo velho está conseguindo esta missão com efetividade absurda. Aplausível do ponto de vista de qualquer bom fascista. Hoje mais do que nunca as pessoas amam suas castas e lutam por elas e por manterem-se nelas com tudo o que têm, que infelizmente é muito pouco. O que quero dizer é que nossos sistemas educacional e religioso que funcionam a partir do mesmo pressuposto estão obliterando brutalmente o que deviam fomentar.

O formato eu-sobre-o-púlpito-sei-mais-que-você-sentado-aí-embaixo vai frontalmente contra tudo de igualdade que pretende ( ou devia ) ensinar. Tanto na escola quanto na igreja. O que geralmente acontece, mesmo quando os valores dos ocupantes do púlpito são elevados, é que o homem busca seus iguais. Então o que vale é o que a pessoa do meu lado acha, não o do púlpito. Sinto nisso o que Galeano quer dizer quando nos diz que os centros de ensino ensinam a ignorar. Aprendemos, sim, a nos acostumarmos com o desconforto constante de ter de satisfazer exigências (muitas vezes incoerentes ) de um superior. É aí que nós viramos recursos humanos e deixamos de ser Humanos. Em um artigo maravilhoso de Ayn Rand chamado The Comprachiccos(Compracrianças), Rand explica o que quase todo estudante da mente humana e pedagogo do mundo sabem e ignoram. Ela explica como a forma como a educação das pessoas sendo feita da forma como é destrói a capacidade intelectual da grande maioria, com - como ela diz - exceções heroicas. Paulo Freire não ignorou e pelo mesmo motivo que o sistema de educação é um lixo, não foi ouvido. Nossa psico-epistemologia é surrada por dia após dia, por não ser nossa mente a avaliar e comprovar a Qualidade do que fazemos.

“Eles não põe a criança em um vaso para ajustá-la a seus contornos,os colocam em uma Creche "progressista" para ajustá-la a sociedade. As creches progressistas começam a educação da criança aos três anos. Sua visão de educação infantil é militantemente anti-cognitiva e anti-conceitual. Uma criança desta idade, eles clamam, é muito jovem para treinamento cognitivo; seu desejo natural não é de aprender, mas de brincar. O desenvolvimento de sua faculdade conceitual, eles reivindicam, é um fardo não natural que não deve ser imposto a ele; ele deve ser livre para agir sobre suas vontades e sentimentos espontâneos objetivando a expressão de seus desejos, hostilidades e medos. A primeira meta de uma creche “progressista” é “ajustamento social”; isto deve ser atingido por meio de atividades de grupo, nas quais espera-se que a criança atinja ambos “auto-expressão” ( por meio de qualquer coisa que sinta vontade de fazer ) e conformidade com o grupo.”(Rand)

Isso é parte da base da piramide de nosso sistema educacional, a fundação de nossos processos mentais, no formato que são aplicados na esmagadora maioria dos países ocidentais. Mas a mente embora seja prioridade, é supérflua se desprovida, ou melhor, se decepada do espírito.

Há pouco tempo lendo “Mil Platôs” em que os geniais Gilles e Félix questionam a obra de Castañeda – fazendo o contrário da academia, que questiona a metodologia e a validade científica - vão buscar o que ele quis dizer. “Melhor ainda se estes livros são a exposição de um sincretismo ao invés de uma etnografia, e um protocolo de experiências ao invés de um relatório de iniciação”. Por mim espero que sejam as duas coisas. E acredito também que o motivo de tanto etnocídio é esse. O hype em relação as canonizações católicas de qualquer maneira embaça os santos locais world wide. Para mim o que foi chamado de revolução espiritual na década de 80. É nada mais que o reconhecimento da realidade como ela é, e a visualização da realidade como ela é nos leva as fronteiras da influência do pensamento na realidade. Nos levando diretamente para os antigos, para a sabedoria. O físico Fritjof Capra no seio desta geração que previu o que nos aconteceria -saindo dos laboratórios de física avançada -, escreveu uma série de livros quando à beira mar viu no mar que aquilo tudo, isso tudo que foi e o que é, são só a dança de Shiva.

Nós fomos tão bem treinados para ignorar o óbvio, que admitimos que a TV, o celular e o computador mantém um campo energético em seu entorno. Mas acreditar em aura humana é loucura. Pois ela existe e dá para ver.

“Quando falo do homem, refiro-me ao Ego, vivo, consciente, pensador, isto é, à indivi- dualidade; e os corpos a que tenho aludido são os vários invólucros nos quais êste Ego é encerrado; cada um dêstes invólucros permite ao Ego funcionar numa certa região do universo. Um homem que deseje viajar por terra, pelo mar ou pelo espaço, fará uso dum carro, dum navio ou dum avião; porém êstes veículos em nada alteram a sua identidade. Do mesmo modo o Ego, o homem verdadeiro, conserva a sua identidade, seja qual fôr o corpo em que estiver funcionando; e do mesmo modo como o carro, o navio e o avião variam na qualidade do material e na sua construção, segundo o elemento a que são des- tinados, assim também cada corpo varia segundo o meio onde deve agir.” ( Besant - O homem e seus corpos )

“Temos uma linha energética que vai pela frente do corpo, que os chineses chama “meridiano da concepção” e uma linha energética que vai para trás do corpo que os chineses chamam “meridiano do controle” e, ainda uma linha que vai exatamente pelo centro do corpo, que em geral, chamam de muitas maneiras: Avaduti, Uma, ou Shushumna ou mais simplesmente “canal central”. Uma quer dizer “não dual”. Por isso, Robert Turman pôs o nome da filha de Uma Turman.”( Stolkner - Abrindo-se aos mistérios do Corpo )

É comum hoje que as pessoas falem sobre o fato da matéria ser uma contra-parte da energia, depois da bomba atômica, quando essa conversão tornou-se possível ( mesmo que em sua forma mais grosseira e estúpida ) mais uma vez nos recusamos a unir os pontos. Nós somos um agregado de energia extremamente organizado e adensado, mantendo-se em movimento e mudanças constantes. Entretanto ninguém está interessado em saber que energia é essa ou como esta se corporifica, para nós basta estar aqui. Como Pope criticou há séculos são ainda os homens de hoje para quem “Whatever IS, is RIGHT.” apenas a maioria acredita nisso alguns bravos continuaram a pesquisar que seria isso, que energia é esta e como esta comporta-se em relação as coisas. Felizmente esse material pode ser escrito e distribuído hoje em dia. Esta disciplina da psicologia, a orgonomia. Foi proibida nos Estados Unidos e teve a última grande censura da democracia quando milhares de exemplares dos livros de Wilhelm Reich foram queimados. O que aconteceu foi que Reich chegou cientificamente ao princípio da vida. O que aconteceu foi que ele descobriu que o que Freud tratava como um conceito científico: a libido. É de fato uma energia real, palpável e sagrada. Orgone é a energia da vida. É o elo – ou padrão - que liga todas as coisas

(http://www.panaceauniversity.org/christoph%20keller%20cloudbuster%20project.pdf).

Sempre alguém além de mim presidindo minhas experiencias espirituais, meus contatos com Deus e com o Oculto devem acontecer em frente ao ministro, e isso vai matar sua auto-estima. Religião, religare, religar, mas eu não sou forte o suficiente, eu preciso do Padre, do Papa. Eu esqueço de Deus. Na minha opinião, existe tanta propaganda contra os indígenas, os macumbeiros, os Outros. Por que o contato com Deus e com o Oculto podem ser fáceis, podem não precisar dos enormes salões, fábricas de fiéis. Em “O Segundo Círculo do Poder” Carlos Castañeda nos fala do quanto foi chamado de burro pela Bruja Gorda. Ela queria dizer que ele categorizava tanto que deixava de perceber a realidade. O homem de conhecimento de Castañeda, assim como o construtor do Corpo Sem Orgãos de Guatari e Deleuze, querem corpos e não organismos. A forma como nós nos tratamos e nos compreendemos – essa coisa esquartejada – quando atribuímos sensações e percepções a partes específicas do corpo. “Minha coluna está me matando” é uma versão reducionista-mecanicista de “Estou mantendo uma postura insustentável e meu corpo me está avisando disso através da dor que sinto na área mais afetada por esta postura.” Da mesma forma quando dizemos “O mal do mundo é o dinheiro.” estamos aplicando a mesma forma de estratificação irresponsável. Essa frase em uma versão holística ficaria algo como “ O nosso mundo esta sendo afetado pelo excesso de exigências contraditórias, de um lado nos dizem que o trabalho é a maior virtude do homem, e do outro que para sermos felizes devemos consumir, mesmo que isso ultrapasse nossa capacidade de produzir. O que no melhor dos casos gera um ciclo de escassez progressiva. Não nos importa o valor que geramos, ou o que valoramos, sim o que parecem ser os valores da maioria. O mal do mundo é a perda do compromisso conosco mesmos.”

Quando unimos isso à um grupo de experiencias de outro grande sábio-cientista (este eclipsado com a classe inglesa) Sir Jagardis Chandra Bose: “Certa manhã, quando Sir Michel Foster, secretário da Real Sociedade, foi ao laboratório para se inteirar do que acontecia e Bose lhe mostrou algumas de suas evidências, o tarimbado veterano de Cambridge exclamou ironicamente: “Que novidade há nessa curva, meu caro Bose? Há pelo menos meio século que a conhecemos!” “Que lhe parece ser ela?”, perguntou Bose sem alarde. “Ora essa, uma curva de resposta muscular.”, respondeu Foster irritado. Encarando o professor com seus profundos olhos castanhos, Bose falou então com firmeza: “ Não me leve a mal, mas na verdade trata-se de uma resposta de estanho!” Foster levou um susto. “O que!?”, exclamou de um salto. “Estanho? Foi realmente estanho que você disse?” A perplexidade de Foster tornou-se ainda maior quando Bose lhe mostrou todos os seus resultados. Na mesma hora, convidou-o para falar de suas descobertas em outra reunião solene da Real Instituição e ofereceu-se para pessoalmente comunicar seu estudo à Real Sociedade, a fim de garantir-lhe prioridade. Na reunião de 10 de maio de 1901, Bose historiou metodicamente os resultados obtidos em mais de quatro anos e demonstrou cada um deles com uma série pormenorizada de experiências, concluindo com a seguinte peroração: Tive a oportunidade de lhes mostrar nesta noite registros autográficos da história da tensão e do esforço no vivo e no não-vivo. Como são semelhantes os traços! Tão semelhantes, de fato, que é inútil tentar fazer distinção entre eles. Lidando com tais fenômenos, como traçarmos uma linha de demarcação dizer aqui termina o físico e além começa o fisiológico? Não, não existem as barreiras absolutas. Foi quando me deparei com o mudo testemunho desses registros autônomos e neles percebi uma fase da unidade abrangente que sustenta em seu âmago todas as coisas – as partículas que dançam sob um raio de luz, a vida fecunda que reveste o planeta, os sóis radiantes que brilham sobre nós - , foi então que pela primeira vez compreendi um pouco da mensagem proclamada por meus antepassados às margens do Ganges há trinta séculos: “Àqueles que na mutação incessante do universo vêem apenas uma coisa, e só a eles, só a eles, pertence a Verdade Eterna”.”

Fazem mais de cem anos. É o tipo de informação que tem implicações notórias para qualquer leitor, mas só muito poucos tem acesso a essa informação e mesmo em 2013, dizem que é doidice. Estamos nisso para ignorar e é isso que seguimos fazendo. Seguimos separando, estratificando e creditando funções a estas partes sempre isoladamente. Na escola tudo acontece no vácuo, ou em condições ideais de temperatura e pressão. Tudo acontece quebrado em um lugar impossível. E é assim que nosso cérebro passa a funcionar. Ele responde a partes, talvez por isso nós sejamos sempre parciais. Um dos espetáculos mais horrendos e comuns da vida moderna é ver uma pessoa dando um sorriso por estar advogando algo que vai contra a lógica da realidade, mas que ela quer muito que seja verdade. Estas pessoas perderam o contato com a realidade. O que é fácil em nossa sociedade absurda. Todo mundo diz que não se deve acreditar em tudo o que se vê na televisão, mas ainda assim 80% das recomendações que se faz, ou das menções que se faz a certo assunto vem acompanhados de algo visto na televisão. Vou dizer o que tenho visto na televisão, uma propaganda assustadora me mostrando como temos que diminuir a maioridade penal, e sobre como a inflação está absurda. Se eu estivesse assistindo televisão da forma como se deveria, eu me questionaria sobre PORQUE a televisão me diz essas coisas. E rapidamente eu chegaria a quem lucra com gente presa e quem lucra com o aumento dos juros(que supostamente seguraria a inflação.). Voltamos ao querido Paulo Freire, seria ingenuidade acreditar que as pessoas que estão no poder deixariam que as pessoas que não estamos tivéssemos uma educação de qualidade suficiente para percebermos os seus desmandes. Quem vive em uma sociedade diferente da nossa, precisa morrer, por que nos faria perceber o que somos.

“Jean-Marie Simon soube na Guatemala. Aconteceu no final de 1983, numa aldeia chamada Tabil, no sul de Quichê. Os militares vinham em sua campanha de aniquilamento das comunidades indígenas. Tinham apagado do mapa quatrocentas aldeias em menos de três anos. Queimavam plantações, matavam índios: queimavam até a raiz, matavam até as crianças. Vamos deixá-los sem nenhuma semente, anunciava o coronel Horacio Maldonado Shadd. E assim chegaram, na tarde de certo dia, na aldeia de Tabil. Vinham arrastando cinco prisioneiros, amarrados pelos pés e pelas mãos e desfigurados pelos golpes. Os cinco eram da aldeia, nascidos ali, vividos ali, ali multiplicados, mas o oficial disse que eram cubanos inimigos da pátria: a comunidade devia resolver que castigo mereciam, e executar o castigo. No caso de resolverem fuzilá-los, deixava as armas carregadas. E disse que lhes dava prazo até o meio-dia do dia seguinte. Em assembléia, os índios discutiram: — Esses homens são nossos irmãos. Esses homens são inocentes. Senão os matarmos os soldados nos matam. Passaram a noite inteira discutindo. Os prisioneiros, no centro da reunião, escutavam. Chegou o amanhecer e todos estavam como no começo. Não tinham chegado a nenhuma decisão e sentiam-se cada vez mais confusos. Então pediram ajuda aos deuses: aos deuses maias, e ao deus dos cristãos. Esperaram em vão pela resposta. Nenhum deus disse nada. Todos os deuses estavam mudos. Enquanto isso, os soldados esperavam, numa colina vizinha. As pessoas de Tabil viam como o sol ia se erguendo, implacável, na direção do alto céu. Os prisioneiros, em pé, calavam. Pouco antes do meio-dia, os soldados escutaram os tiros.” ( Eduardo Galeano - Livro dos Abraços)

Óbvio também é que você tem que criar um clima favorável. Existem duas coisas que não mudaram nos últimos 500 anos. As escolas e as igrejas. Estas duas instituições em minha humilde opinião foi que deram início a industrialização. Foram as primeiras indústrias, produzindo o que ? Você me pergunta. Monstros. Por que monstros ? Para rir. Como disse sabiamente nosso querido Victor Hugo, no trecho que dá inicio ao artigo The Compracchicos de Ayn Rand. Lá ele explica os processos empregados na antiguidade chinesa, e europeia na produção de monstros. Eles roubavam as crianças e as tornavam monstros como na máxima jesuíta, mas suas técnicas eram para deformar o exterior. Com o passar dos anos criar monstros por meio de cirurgias exteriores ficou mais e mais malvisto, claro que isso não os parou ainda há quem aprecie e pratique esses atos hediondos. Mas nós vamos acompanhar seus herdeiros, os que praticam sua arte sem nunca, ou quase nunca, tocar um dedo em suas vítimas indefesas. Os que deformam a mente por meio da mente. Estas palavras foram escritas quase da mesma maneira, frente a um sentimento mútuo de que há algo bastante errado, por Rand no século passado, por Peter Lamborn Wilson mais a frente, e o sentimento se mantem. O próprio tomar conhecimento do processo educacional, em uma palavra: o educar-se, nos coloca em uma posição coercitiva. Ou abandonamos os valores elevados por esta educação e fingimos que nada está acontecendo, ou estamos em uma luta, tácita ou explícita, pela qualidade destes sistemas. O compromisso com a vida implica lutar por ela, mas hoje esta não é uma luta física, não é a luta que acontece apenas nas ruas. É uma guerra por toda e cada mente humana. Como Mircea Eliade disse em uma sua magnifica entrevista “A prova do labirinto” quando questionado sobre sua ausência no ativismo político de seu país. Respondeu simplesmente que considerava-se tanto ou mais ativista – em sua máquina de escrever - que os que iam as ruas e acabavam nas prisões. Esta espécie semi-extinta, o homem pensante. Deve lutar pelo pensamento do outro, deve despertar seu senso crítico, mas isso é apenas a superfície.

A pauta verdadeira do ativista intelectual é iluminar em cada um sua própria busca. Árdua tarefa, a maioria não acredita estar em busca de qualquer coisa além “do seu, e dos seus” esta é a parte mais perigosa da doutrinação que recebemos via sistemas educacionais e religiosos ( nos casos que seguem o formato um ministro para uma congregação ) a hiper-simplificação vista aqui, nos coloca no primeiro ponto exposto neste texto, nos tornamos recursos humanos, nos colocamos em uma posição limitante como uma camisa de força, e nessas condições a merecemos. Quando recebemos ordens passivamente e as acatamos mecanicamente é que fazemos o “jogo deles”.

Reclamar três mil palavras também é fazer o jogo deles. Então, vamos propor soluções. A solução foi gritada muitas vezes. Faça você mesmo. Eles só vendem guarda-roupas de papelão nas multilojas, Jesus era marceneiro. Mas hoje ser marceneiro é simplesmente insuficiente. Nós chegamos a um ponto onde grande parte do que comemos é controlado, de maneira a nos afastar de nosso potencial. A mudança geral é necessária, mas se dará de maneira razoavelmente natural. Já há comunidades no mundo inteiro onde se produz comida verdadeiramente orgânica e em algumas mais remotas e desacreditadas onde medita-se junto às plantas e as contemplam com suas energias e recebem-nas de volta com a honra que mereceriam os nossos bois industrialmente abatidos. Em defesa dos aficcionados como Hemingway; vou em defesa das touradas, ali os bois lutam. E há uma enorme festa, onde come-se todo o touro. Não o nosso boi capado e pusilânime. Um touro com fragor no sangue. E acredite isso faz toda a diferença, se você não estiver olhando da maneira parcial como nos acostumamos. Não existe luta contra um pistão de metal na nuca.

Nós precisamos conhecer. Um dos livros que marcaram minha vida foi “O zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas” ele cita um manual de instruções para montagem de bicicletas que começa com uma assertiva que nos coloca no ponto exato. “Para montar a bicicleta é necessária paz de espírito.” Esta frase resume com perfeição o ponto onde quero chegar. E onde o autor desta obra maravilhosa chegou. A paz de espírito só é possível na realização de qualquer ação, quanto estamos preparados para esta ação. Quando conhecemos a nós mesmos e mesmo que não conheçamos todos os aspectos do problema ou situação em que nos achamos. Temos condições de encará-las, com tudo o que se põe a disposição. Por estarmos ligados a realidade, como no caso da bicicleta munidos de seu manual de instruções, que mesmo impreciso e cheio de esquemas complexos, supõe ajuda no problema.

Vendo a forma como foi exposta aqui, o que nos resta? Nós usamos tecnologias estrangeiras e todos sabem, são espiãs. Cada uma delas. Nós a podemos utilizar. Mas o que incomoda de fato é que nós temos capacidade de gerar tal tecnologia. Nossos técnicos, estão inertes em um ciclo vicioso de conhecer e criticar as tecnologias. Recitar a forma e criticar a arquitetura de tais tecnologias. Nosso dever e criar os nossos. Por aqui já saíram da zona de conforto tá saindo drones brazucas. Mas é pouco, nós temos de correr atrás da base. Precisamos de uma rede autóctone assim como hardware próprio, para o nosso software que já é o melhor do mundo. Vamos seguir fazendo criar é o motivo mais plausível que conheço para Deus nos ter criado. E Ele é o único para quem vale a pena fazer com perfeição. E quando percebermos que Ele é isso tudo, a nossa evolução, nossa revolução, Nós. Nunca saiu de nossas mãos, mas que muitos de nós estamos esperando por algo que não irá ocorrer. Não será uma grande revolução nas ruas, é uma grande revolução mental. Quando os que trabalham para a destruição do mundo e a escravização das pessoas, perceberem não haverá mais ninguém sob seus chicotes. Sejam chicotes bancários, espirituais, mentais... Logo eles estarão chicoteando o vento, ou uns aos outros. O que considero o mais provável, mas não me importa.

“Após uma época de decadência vem o ponto de transição. A luz poderosa que tinha sido banida retorna. Porém este movimento não é provocado pela força. (...) o movimento é natural e surge espontaneamente. Por isso, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado e o novo, introduzido. Ambos os movimentos estão de acordo com as exigências do tempo e, portanto, não causam prejuízos. Formam-se associações de pessoas que têm os mesmos ideais. Como tal grupo se une em público e está em harmonia com o tempo, os propósitos particulares e egoístas estão ausentes, e assim erros são evitados. A idéia de retorno baseia-se no curso da natureza. O movimento é cíclico e o caminho se completa em si mesmo. Por isso não é necessário precipitá-lo artificialmente. Tudo vem de modo espontâneo e no tempo devido. Esse é o sentido do céu e da terra.” (Wilhelm - I ching )

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Olhando teus olhos.

Tenho acordado com a imagem de seus olhos em minha mente. A imagem dos seus olhos – como a luz do sol que rasga as nuvens e vem banhar de dourado o solo – rasgando a espessa camada de alegrias, esperanças, medo e memórias. Infinitos olhos dourados que lembram a infinitude do amor, e a vastidão de nossa ignorância. Quando por teus olhos ao amanhecer essa ignorância, fingida de alegrias esperanças medos memórias, desaparece...Como se algum dia por uma escolha infeliz de palavras (mais especificamente by saying something stupid like i love you) eu tenha maculado a simplicidade de te querer ao mesmo tempo em que você me queria.

Tenho acordado com seus olhos ocupando toda a vastidão de minha mente. Tenho acordado e descoberto que amores não partem. Tenho acordado e visto que meu amor por ti me faz bem, mesmo quando você não quer estar comigo. Tenho percebido que quando a ternura infinita dos teus olhos não pode curar a vaziez de tua ausência, o apagado sol do céu me preenche com uma completude absoluta. Tenho percebido que gostaria de partilhar contigo este sentir-me completo.

Tenho acordado com a clara ciência de sua presença. Penso se nos encaramos durante a noite. Como quando eu deitava em teu claro colo, onde a angústia não calava, mas a alma descansa. Clarões às vezes ardem em minha pele, toques antigos dos teus dedos por meus pelos. Luzes evanescendo de tua perda. Perda de juízo, tolos algozes.

Tenho sonhado com as noites velozes, em que nos buscávamos na metrópole que fingia-se funda como teus olhos. Nunca imaginaria quão pequena é minha enorme cidade natal. Não nos vimos e não nos fez mal. Mal sabíamos; acordaríamos lado a lado. E eu fitaria teus olhos fechados. E lutaria, na certeza da derrota, contra a vontade de acariciar seu corpo adormecido.

Tenho sentido que por algum motivo desconhecido, levantas as barras de suas saias para atravessar o inferno. Uma falta de juízo, quando as poderia levantar para voltarmos ao paraíso.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Continuando o papo sério.

Há cerca de dez anos ouvi, durante a primeira audiência ao maravilhoso “Waking Life” de Richard Linklater, o discurso de Alex Jones:

“"Não se pode nada contra o Estado." "Morte e impostos." "Não fale sobre política ou religião." Isto é equivalente à propaganda inimiga. Renda-se, soldado! Renda-se, soldado! Vimos isso no século 20. Agora, no século 21, precisamos enxergar... que não podemos ficar encurralados neste labirinto. Não devemos nos submeter à desumanização! Me preocupa o que está acontecendo neste mundo. Me preocupa a estrutura, os sistemas de controle. Os que controlam a minha vida e os que querem controlá-la ainda mais. Eu quero liberdade! E é isso que você devia querer! Cabe a cada um de nós deixar de lado a ganância, o ódio, a inveja... as inseguranças, seu modo de controle. Nos sentimos patéticos, pequenos...e abrimos mão, voluntariamente, da soberania, da liberdade e do destino. Precisamos nos conscientizar de que somos condicionados em massa. Desafie o Estado escravo das corporações! O século 21 é um novo século. Não é um século de escravidão... de mentiras e questões irrelevantes... de classicismo, estadismo e outras modalidades de controle. Será a era em que a humanidade defenderá algo puro e correto. Que monte de lixo. Democratas liberais, republicanos conservadores. Dois lados da mesma moeda! Duas equipes gerenciais...brigando pelo cargo máximo da Escravidão Ltda.! A verdade está lá, mas eles estendem um bufê de mentiras. Estou farto! E não aceito nem mais um quinhão! A resistência não é fútil! Nós venceremos! A humanidade é boa demais. Não somos fracassados! Nos ergueremos e seremos humanos! Nos empolgaremos com coisas reais! A criatividade e o espírito humano dinâmico que recusa-se a submeter-se! Bem, isso é tudo o que tenho a dizer. Está nas suas mãos.”

Eu já tinha noção de que “eles” existiam mesmo, já sabia que construiam bunkers gigantescos. Vale prestar atenção no quão parecidos eles são com os que existem no filme “They Live” do John Carpenter...calma eu não acho que nós estamos sendo dominados por alienígenas(?). Estes bunkers vem sendo construídos, por todo os EUA, sabia também naqueles dias que ao mesmo tempo prisões/campos de concentração estavam sendo construídos, até que esses dias...ativaram os campos . Quando nós paramos para pensar no que isto pode significar, nas implicações disso para nosso dia a dia, é que vejo quão covardes somos, como nós de fato encarnamos o personagem narrado por Jones. Parece uma coisa inócua pensar que os Estados Unidos estão para entrar em uma guerra cívil, de proporções inimagináveis, que depois de restrita a liberdade e privacidade dos cidadãos, de dar-se direito de aprisionar sem acusação, televisionando suas atrocidades em todas as épocas, e espetacularizando e glamourizando toda a decadência da própria nação, pedindo assim como os nossos nos pediram ( e logo entro neste assunto ) para que vão a luta por seus direitos. Mas eles foram educados por esses mesmos espetáculos Charles Bronsonianos de carnificína, pelo glamour dos fuzis. Irão as ruas de armas em punho. Agora você sabe por que precisam de uma prisão para 2.000.000 de pessoas, coloquei os zeros para nós sentirmos o peso que isso têm sobre as nossas formas econômicas e sociais mundo afora. Todos têm negócios com eles não há como calcular, a forma como o sistema global irá aceitar esse golpe, tanto na forma de gerir suas nações, uma vez que em muitas outras nações os bunkers estão prontinhos.

Enquanto isso aqui no Brasil, nós estamos indo as ruas e no último texto, ainda não sabia por que um grande amigo me dizia que me zoaria por isso, é claro como um diamante, a nossa querida Copa do mundo, mais as nossas exigências de cidadãos, por um setor de serviços básicos condizente com a nossa produção e com a nossa carga tributária exige a coisa que os Rothschild mais amam: Empréstimos. Em Manaus estamos estimados em tantos milhões para as obras, que óbviamente vão aumentar em seu curso, inclusive por causa da copa e da pressa imposta por ela. O mesmo vai acontecer em cidades de todos os portes, enquanto nós gritamos gol e nos agitamos, todos os municípios brasileiros estaram sendo patrocinados pelo bom velho e globalista capital Rothschild, e como um deles disse em outros tempos, não sei se nessas palavras que caso controlasse o sistema financeiro de um país pouco importa quem o governa. Por que obviamente não governa.

Nestas condições venho por meio destas linhas convoca-los as linhas da verdadeira batalha, quando eu era mais jovem tinha muito medo destas condições, uma vez que percebi que nada existe sem sua contra-parte. “Eles” existem sim, mas se você pensar nesse plano você vai perceber que existem duas forças complementares, o que quero dizer é que a Agenda Iluminati, ao sabotar todo o sistema econômico e toda a lógica aplicada a gestão pública, por um lado levando ao colapso o maior expoente do que infelizmente, na minha opinião, ficou conhecido como capitalismo, e o uso desta potência para o tipo de barbaridade que vêm acontecendo por meio desta forma de gerir o capital e suas consequências. Somos através disso impelidos diretamente para uma efervescência intelectual e criativa de proporções nunca vistas pela humanidade – mesmo para nós malucos que acreditam que a terra foi habitada por civilizações que atingiram o mesmo nível ou melhores níveis tecnológicos que os nossos – agora nós temos a real oportunidade de colorir esse mundo. Mas isso implica a impecabilidade de um guerreiro. Isto implica desconfiar de todo idealismo vazio, isto implica nunca parar de ler e nunca parar de escrever. Isso implica uma liberdade mental inalienável, isto implica que nós tenhamos uma noção clara e individual de Deus, implica que sejamos gratos por tudo oque é vivo em nosso planeta, implica que aprendamos e ensinemos a nossas crianças que as boas sementes brotam da terra e não são fabricadas em laboratórios. Implica que tenhamos consciência de nós mesmos, e responsabilidade total por nossos atos. Se você estiver na trilha de seu Dharma nada poderá o deter descubra-a. Descubra em que direção jogaste teu coração antes de nascer e o siga até a morte. Esta é a implicação particular deste momento, agora está nas suas mãos. O que “eles” do bem fizeram foi te tirar da zona de conforto. Agora é hora para nosso amigo nerd aparecer com uma rede onde nós possamos navegar sem as agências de segurança no nosso saco, arquiteturas autóctones ao invés de reclamar da invasiva tecnologia ianque ou a safada tecnologia chinesa ( não menos espiã ). É hora de uma nova engenharia de materiais que nos permita escrever um texto, assistir a um filme, iluminar nossa casa sem ser bombardeado por ondas eletromagnéticas entorpecentes. Precisamos acordar para o que realmente tem implicações sérias para nossa vida!

ARETÊ!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

What better place than here, what better time than now?

Eu venho tentando entender, como todo mundo, dafuq is going on?! São tantos mundos quanto homens nesta questão. Eu venho fazendo pesquisas há anos no tema: “ Quais as estruturas de controle básicas aplicadas nas populações mundiais, e como isto esta ligado a planos de governo global.” Obviamente o material é inesgotável. E agora me dizem que nossos protestos que começaram há alguns anos quando os jovens de diversas cidades viam progressos nas lutas pela meia passagem e/ou passe livre, são iluminati shit. Movimentos do sul do país inicialmente – mesmo com alguma violência – conseguiram melhorias nos transportes públicos de suas cidades. Nós que passamos os dias esperando uma revolução, que nunca veio. Fomos às ruas, em Manaus o transporte público era um lixo, e a passagem estava prestes a subir novamente. A participação era relativamente pequena, mas felizmente os membros eram também relativamente ( principalmente em relação a situação atual ) politizados, e cientes da situação social do país e do mundo. Com o reajuste da passagem e o flagrante aumento da inflação, nos dando o gostinho da década de 90, o brasileiro volta - e agora com uma força que não foi vista em meu tempo de vida – às ruas e exige que as coisas mudem, por que de fato a forma como a bola vem rolando (com o perdão da piada) não dá. Agora nós temos um movimento gigantesco e se isso é ou não uma jogada iluminati, eu não me importo. Eu sei que nós podemos nos organizar e fazer com que mudanças dignas sejam feitas. Pois haverão mudanças e é melhor que nós participemos delas, principalmente dando um 'intensivão' de política mundial, estruturas de controle e cidadania. Sobre os temas que precisam de atenção intensiva temos isto: Você já percebeu que mais e mais demoramos basicamente o mesmo tempo para ir de um ponto a outro das grandes cidades? E que esse tempo é longo e nos tira a sensação e orientação espacial no meio urbano? Que alguns pontos das grandes cidades por motivos raramente explícitos são frequentados apenas por uma parcela da população? Por onde você nunca anda em tal ou qual horário? Você percebeu como as ruas são diferentes quando caminhamos por elas? Vamos fazer um esforço para relacionar isso aos processos de urbanização Ocidentais, o que a passagem de uma avenida de quatro pistas sobre uma favela tem a ver com essa situação de numbness geográfica que impera em nossas cidades? Para onde vão os que ali viviam, nos é empurrado goela abaixo que os guetos construídos nas imediações serão ocupados por eles, você acredita mesmo nisso? Estas pessoas que vão as ruas são no geral estudantes de ensino superior, que no ambiente das faculdades e universidades passa a sentir-se implicado no processo político do país, sentimo-nos responsáveis por nossos destinos pessoais, comunitários e nacionais. Muito embora o ambiente das faculdades, e hoje mesmo os das universidades, têm um bouquet de escolão. Estuda-se para passar por que temos faculdades e universidades macrocéfalas como as cidades que as abrigam(Universidade para todos). Neste contexto, quão responsável você se sente por trazer de volta a estas instituições de ensino sua essência universalista, formadora e transformadora de saberes? E a cereja do nosso gelatto, você já pensou sobre governo mundial? Falei durante a semana passada em grande parte da boca para fora, que a bandeira brasileira envolta em tantos manifestantes era o olho no topo da piramide. Esse pensamento se cristalizou, em meio a tantas teorias da conspiração a minha é esta: O Brasil esta em um momento enquanto membro do BRIC em uma posição bastante vantajosa em relação a direitos civis e democracia, a saber na China nem precisa comentar, mas eu vou, nós temos um estado hiper equipado, diversas sociedades secretas, cadeias de controle intrincadas e a coisa se assemelha bem a uma fábrica com um bilhão de operários. Quanto aos outros membros, temos a questão da Índia que tem os maiores programadores de computadores, as melhores mentes matemáticas, e entretanto uma série de problemas sociais devidos a superpopulação, e a adequação satisfatória do sistema de castas a realidade social do país. A Rússia é um titã, mas ainda esta longe de apagar as sombras da União Soviética, como os costumes de espionar e vender segredos e armas do estado. Enquanto isso a UE tem problemas demais para dar exemplos, e quando a Inglaterra os deixar, terão mais ainda. Os EUA estão caminhando para um enfrentamento possivelmente violento entre os americanos e seu governo, o que pode gerar resultados desastrosos em qualquer caso. Desde resultar em uma ditadura militar infernalmente dura, até uma putaria generalizada no melhor estilo Modern Warfare. Não é necessário falar da participação política mundial da Africa, em sua nulidade. Enquanto isso, a NSA americana que em nome da 'segurança nacional' armazena todos os dados em trânsito nos servidores de grandes empresas sediadas no mesmo instável USA. A nossa América Latina ainda nos olha com os mesmos olhos que nós olhamos os estadunidenses, afinal não fomos nós que abrimos suas veias, mas é certo que somos nós que chupamos seu sangue e agora; It's all eyes on you, brazuca nigga. O que nós fecharmos entre nós vai servir de exemplo. Não vou partir do pressuposto que estou sendo inteiramente manipulado, vou partir do pressuposto que eu sozinho sou tão capaz quanto os que deixaram que a situação chegasse a tal absurdo. Se isso foi armado, eles só montaram o cenário e escreveram parte do roteiro, quem sobe ao palco somos nós. Nós somos os atores sociais dessa revolução, seja por descuido, ou acordo. Eu por minha vez me sinto compelido a escrever estas linhas por que no atual estado de coisas, uma vez que a mídia instituída serve a interesses afins aos 'poderosos' aka endinheirados, temos de cobrir e documentar nossas ações e perceber as estruturas mais amplas que precisam de reforma. A reforma política é um começo, temos de enxugar os custos nacionais de maneira racional, e não em forma de austeridade. A desinformação quer que você acredite que o jeitinho brasileiro consiste em roubar e sabotar tudo no qual você toca, eu por minha parte acredito que este seja nossa capacidade de resolver problemas, fazer gambiarras e fazer as coisas funcionarem quando precisamos que elas funcionem. A globalização não é uma ameaça é um fato, nossas reservas idígenas em Roraima estão repletas de estrangeiros. Se você for empresário a probabilidade de você estar negociando world wide é próxima de 60%. Por outro lado em cada frente anti-humana há uma possibilidade simples de reverter a situação, como o caso do Nutricídio que é a maneira pela qual através das regras do Codex que regulamenta como devem ser nossos alimentos e aceitamos worldwide, é uma questão de modificar as regras para que elas não beneficiem as empresas que produzem a comida, mas a saúde dos que a consomem, simples assim. E nós comemos veneno por que não o fizemos. A trilha sonora da revolução - pelo menos da minha - é a querida Keny Arkana ( da qual eu sou obrigado a desconfiar também, por que é o tempo de discordar sem razão. FNORD!) ela é uma rapper francesa que faz parte de um grupo que se denomina la rabia del pueblo e canta rap contra os abusos da elite pelo mundo, mas seus clipes são tão bem produzidos e roteirizados que fica difícil acreditar que foi um grupo ativista isolado que os produziu. Mas Dickens uma vez disse que essa é uma das melhores características dos franceses: fazer muito com pouco. E ele narrava uma história que começa bem parecida com a nossa e termina com Napoleão mandando crianças para sua guerra. Tive o cuidado de usar expressões internacionais no texto principalmente vindas do inglês, por que é um fato: estamos globalizados. Esta é uma aldeia global, nós temos todos os motivos do mundo para tomar decisões globalmente, eu só não admito que sejam os mesmos que hoje tomam nossas decisões. Quando fui entrevistado pelo jornal do comércio manauara respondi que ia as ruas pelos desmandes de nossos governantes, minutos depois L'esprit d'escalier a verdade é que fui e retornarei às ruas pela maior reforma governamental da história, vou às ruas por que agora é com a gente, nós somos um povo que é historicamente estupido, e temos um governo que fez de tudo para que nós agora fossemos às ruas, nos deram todos os motivos, mas agora a coisa é universal. Não é que nós estejamos mudando nossas formas de governar, nós estamos engendrando as políticas que nortearão as formas de política por todo o mundo. Agora nossa ilha Terra se prepara para seu contato com outras ilhas, nós aprendemos a pensar worldwide para termos diplomacia universalywide. Think of it. Você precisa dessa mudança, ou ela é como dentes no cu ?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Glee e felicidade.

Quando estava no ensino médio eu tinha um jargão “As pessoas se explicam demais.” Hoje o outro lado da moeda me parece mais importante: As pessoas entendem de menos. Algo sobre o sistema educacional, que talvez seja discutido outro dia. Will Schuester descobre-se subproduto disso. Casado há 22 anos com uma desconhecida, sua primeira namorada. Histérica como sua gravidez, empurra Mr. Shue para alguém com valores mais próximos dos seus. Iniciando-o na jornada por eles, sabendo apenas que algo o repele de sua mulher e o aproxima de outra pessoa louca, Emma, conselheira estudantil e obsessiva compulsiva.

Certo e errado é simplesmente muito amplo. Não é um sistema de premissas que nos leva a decisões concretas em relação à realidade. É simplesmente aceitar o que a maioria aceita. Certo acaba sendo por voto e sem razão. A maioria das pessoas não come merda por que o nariz é perto da boca. Willian vai descobrindo que a única oportunidade de encontrar um sistema de valores concretos é sentir-se de verdade, expressar-se. Como o jovem Kurt Hummel acaba descobrindo com seu pai (melhor personagem da série) a única coisa que as pessoas tem de si mesmas é a diferença. Tudo do que querem, irracionalmente, tolhe-los. Cada episódio vem para mostrar de forma caricata que nós andamos em círculos, planos mirabolantes que pioram (mais) as coisas, tentando ser iguais. Tentando um auto-aprimoramento (ou ajustamento) que só corresponde aos padrões. Quando o que importa é - a inovação - ser. O que é uma implicação direta sobre fazer, livre de pressões por resultados.Bom trabalho é prazeroso por ser bem feito. Ou vice-versa.

A personagem de Jane Lynch, Sue Sylvester (interpretada lindamente), mostra-nos exatamente isso. Ela conhece seus valores, e os negligencia deliberadamente, ela descobriu que as pessoas comeriam merda se o nariz não fosse próximo da boca, até oferece... Ela compreendeu que a maioria é ouvida, que existe um padrão de não-raciocinio. O melhor é o que está no topo do pódio. Um grande exemplo de que nós podemos acreditar em qualquer coisa. A melhor cena da primeira temporada, certamente, é o julgamento das Seletivas. Dizendo às gargalhadas que o único julgamento válido é o próprio, seus juízes não ligam para seus resultados. Logo, devemos nos preparar para ter impressões realistas de nós mesmos.

Eles ganharam alguns corações cantando sobre gente perdida ( inclusive o meu ). Notar-se perdido é uma derivação direta de questionar o próprio caminho, admitir a própria falibilidade. Um trem para qualquer lugar é uma simples admissão de que não estamos no lugar certo, qualquer lugar serve, já que este não é o meu. Ironicamente sendo derrotados por autômatos em uma lindíssima – cronometrada - apresentação sobre noções de realidade, três vivas para o Queen. Sem esquecer os criadores que jogam o paradoxo existencialista na nossa cara: Nada importa por sermos pequenos e tudo (em absoluto) vale a pena pela pequena bastarda. Uma tabula rasa que vai passar pelo que todos estes estão passando e ainda sim trazer esperança por ser todos os sonhos do mundo.

O que lembra a metáfora do buraco-negro. Seus sonhos – as coisas que te movem – te levarão a eles se você os deixar, caso contrário cada movimento será esquecer-se, prender-se e morrer. Ainda vivos estes zumbis vão matar cada sonho que se apresentar, para que possam esquecer um pouco mais. Sobram três personagens. Isso eu não sei explicar e é fácil de entender...


P.S.: Cortei um parágrafo para não rolar tanto spoiler.
Living glee and pretending, from your heart, may make you happy.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Carta de Aniversário.

Querida, desculpe-me essa absurda demora para escrever. Parece que o ópio desse mundo anda fazendo efeito. Nossa boa e velha capital baré é tão caricata, torna-se impossível não usar como exemplo para nossa morosidade global. Aqui na ilha de mato a internet é rápida como os nossos milhares de caramujos africanos, que são tão rápidos que não são pegos também. Nossas estradas são um mosaico de falácias, buracos, de operações tapa-buraco. Nosso transito uma guerra de egos. Nossa política uma amigável conversa entre havaianas roxas.

Parece avant garde chamar nossos políticos de “havaianas roxas” mas ser tão azul, tão vermelho e tão flexível é uma característica exclusiva de nossos governantes e de nossos chinelos tipo exportação. Parece reclamão dizer que nossas ruas são um mosaico, mas temos áreas em que as ruas são só tinta preta sobre o barro, e nos melhores casos uns bons recapeamentos (em bairros nobres é claro). Sobre a guerra de egos basta dizer que em nossas vias principais o objetivo não é chegar a qualquer lugar, sim ocupar um espaço na pista da esquerda, que perdeu seu significado de pista de velocidade para pista dos fodões, que na hora do rush ficam todos parados em seu espaço-destinado-a-macho(s)-alfa(que nem precisam ser machos.).

Quando vou a outras partes do país sempre sou perguntado, ao menos uma vez, se aqui caço e pesco para viver, se temos índios andando pela rua, se vou para a faculdade de canoa, se há animais silvestres pela rua. Aí penso “quem me dera.” Sempre acabo fazendo a linha paciente. Explico que a cidade é uma metrópole local, que toda a economia do norte do país esta ligada a nossa, que nós somos um pólo industrial e que já matamos os animais silvestres que andavam pela rua ( brincadeirinha! ou não...). Se fosse fazer o impaciente diria que é uma cidade de interior com a maior macrocefalia urbana já vista. Vivemos nossos dois milhões de habitantes como em uma cidadezinha. Rejeitando toda novidade como caboquice até virar moda, todo visionário como leso, que quer se aparicer, ou cabocão. A grande vergonha de ser cabocão deve ser viver em harmonia com seu meio ambiente, compreender a natureza, e conviver com ela, alimentar-se dela, realimentá-la com humanidade. Não é possível compreender o próprio meio ambiente em barelândia.

Parece algo simples essa coisa de entender o próprio meio ambiente, mas há sérias restrições quando tratamos de nossa capital. Desde os ternos de nossos queridos roxinhos. Numa cidade em que a temperatura média é de 30º C, terno? Até os habitantes das palafitas que não hesitam em jogar de sofá a merda nos rios onde vivem, nem em chorar cântaros enquanto esses chovem. Cântaros do céu? Dos olhos ou das almas? Mais perguntas sem resposta.

O mundo apresenta-se como um paradoxo, nossa decodificação não pode ficar muito longe de paranóia. Cada dia é um alimento para meu distúrbio de atenção. Abra a boca e feche os olhos. Abra os olhos e feche a boca. Coma lixo.
Enquanto em muitas capitais luta-se pelo passe-livre para os estudantes em Manaus nós temos que engolir 44 meias-passagens. E ao lutar pelas 120, não é tão difícil adivinhar “Olha a leseira baré! Já querem se aparicer” Em uma palavra é Tragicômico.

Uma amiga me disse, que o risível é uma inserção do impossível no possível. Agora vou sair de barétown for a while. A tal da crise que todo mundo insiste em dizer que é financeira gerou uma bolha de não-dinheiro tão grande que se tornou risível. Os números da AIDS na áfrica e a reação de vossa santidade também. A perpetuação de nossas boas e velhas máfias...digo... oligarquias regionais é risível. O fato de milhares de pessoas colocarem aheuaheuehu por vontade “própria” ahuaahauhau gordura da bunda aheueuehaueahea na boca aheuaheuheau é...sem comentários.

Nossa manacaos é o microcosmo mais bem acertado do mundo. Não seria exagero comparar nosso característico forró com todas as outras músicas de contradição sexual. Digo contradição sexual por que um pai deixa sua filha dançar ao som do hit “Agora que sou puta você quer me namorar” Mas se a filha dele tiver nuns amassos mais quentinhos com alguém aí é sacanagem, é nojeira e perversão, mas no creu ta todo mundo em casa.

O que me alivia de tudo isso é que existe outro conceito para a inserção do impossível no possível. Dá-se o nome de dádiva em teologia. Aqueles impossíveis mínimos do dia a dia, aquele pensamento que leva ao acontecimento. Esse fio que puxa meu peito pro teu. A capacidade de auto-transcendência. Que encontra suas condições ideais de expressão nessa situação indescritível que é a atual vida na terra. Nossas ações racionais tomaram tons tão irracionais que é risível e se é risível, finalmente, é visível.

“Ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas este não é gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nenhum dano.”



Para: Nóia

amo plus plus plus.

Parabéns!!!

domingo, 14 de dezembro de 2008

O DISCURSO DO DINHEIRO

POR AYN RAND

— Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? O dinheiro é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que pedem produtos por meio de lágrimas, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível através dos homens que produzem. É isto que o senhor considera mau Quem aceita dinheiro como pagamento por seu esforço só o faz por saber que ele será trocado pelo produto de esforço de outrem. Não são os pidões nem os saqueadores que dão ao dinheiro o seu valor. Nem um oceano de lágrimas nem todas as armas do mundo podem transformar aqueles pedaços de papel no seu bolso no pão de que você precisa para sobreviver. Aqueles pedaços de papel, que deveriam ser ouro, são penhores de honra; por meio deles você se apropria da energia dos homens que produzem. A sua carteira afirma a esperança de que em algum lugar no mundo a seu redor existem homens que não traem aquele princípio moral que é a origem da produção? Olhe para um gerador de eletricidade e ouse dizer que ele foi criado pelo esforço muscular de criaturas irracionais. Tente plantar um grão de trigo sem os conhecimentos que lhe foram legados pelos homens que foram os primeiros a plantar trigo. Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra.
Mas o senhor diz que o dinheiro é feito pelos fortes em detrimento dos fracos? A que força o senhor se refere? Não é à força das armas nem dos músculos. A riqueza é produto da capacidade humana de pensar. Então o dinheiro é feito pelo homem que inventa um motor em detrimento daquele que não o inventaram? O dinheiro é feito pela inteligência em detrimento dos estúpidos? Pelos capazes em detrimento dos incompetentes? Pelos ambiciosos em detrimento dos preguiçosos? O dinheiro é feito – antes de poder ser embolsado pelos pidões e os saqueadores – pelo esforço honesto de todo homem honesto, cada um na medida de sua capacidade. O homem honesto é aquele que sabe que não pode consumir mais do que produz. Comerciar por meio do dinheiro é o código dos homens de boa vontade. O dinheiro baseia-se no axioma de que todo homem é proprietário de sua mente e de seu trabalho. O dinheiro não permite que nenhum poder prescreva o valor do seu trabalho, senão a escolha voluntária do homem que está disposto a trocar com você o trabalho dele. O dinheiro permite que você obtenha em troca dos seus produtos e do seu trabalho aquilo que esses produtos e esse trabalho valem para os homens que os adquirem, e nada mais que isso. O dinheiro só permite os negócios em que há benefício mútuo segundo o juízo das partes voluntárias.
O dinheiro exige o reconhecimento de que os homens precisam trabalhar em benefício próprio, e não em detrimento de si próprio; para lucrar, não para perder; de que os homens não são bestas de carga, que não nascem para arcar com o ônus da miséria; de que é preciso oferecer-lhes valores, não dores; de que o vínculo comum entre os homens não é a troca de sofrimento, mas a troca de bens. O dinheiro exige que o senhor venda não a sua fraqueza à estupidez humana, mas o seu talento à razão humana; exige que o senhor compre não o pior que os outros oferecem, mas o melhor que o seu dinheiro pode comprar. E, quando os homens vivem do comércio – com a razão e não à força, como árbitro irrecorrível –, é o melhor produto que sai vencendo, o melhor desempenho, o homem de melhor juízo e maior capacidade – e o grau da produtividade de um homem é o grau de sua recompensa. Este é o código da existência cujo instrumento e símbolo é o dinheiro. É isto que o senhor considera mau?
Mas o dinheiro é só um instrumento. Ele pode levá-lo aonde o senhor quiser, mas não pode substituir o motorista do carro. Ele lhe dá meios de satisfazer seus desejos, mas não lhe cria desejos. O dinheiro é o flagelo dos homens que tentam inverter a lei da causalidade – os homens que tentam substituir a mente pelo seqüestro dos produtos da mente. O dinheiro não compra felicidade para o homem que não sabe o que quer; não lhe dá um código de valores se ele não tem conhecimento a respeito de valores, e não lhe dá um objetivo, se ele não escolhe uma meta. O dinheiro não compra inteligência para o estúpido, nem admiração para o covarde, nem respeito para o incompetente. O homem que tenta comprar o cérebro de quem lhe é superior para servi-lo, usando dinheiro para substituir seu juízo, termina vítima dos que lhe são inferiores. Os homens inteligentes o abandonam, mas os trapaceiros e vigaristas correm a ele, atraídos por uma lei que ele não descobriu: o homem não pode ser menor do que o dinheiro que ele possui. É por isso que o senhor considera o dinheiro mau? Só o homem que não precisa da fortuna herdada merece herdá-la – aquele que faria sua fortuna de qualquer modo, mesmo sem herança. Se um herdeiro está à altura de sua herança, ela o serve; caso contrário, ela o destrói. Mas o senhor diz que o dinheiro corrompeu. Foi mesmo? Ou foi ele que corrompeu seu dinheiro? Não inveje um herdeiro que não vale nada; a riqueza dele não é sua, e o senhor não teria tirado melhor proveito dela. Não pense que ela deveria ser distribuída; criar cinqüenta parasitas em lugar de um só não reaviva a virtude morta que criou a fortuna.
O dinheiro é um poder vivo que morre quando se afasta de sua origem. O dinheiro não serve à mente que não está a sua altura. É por isso que o senhor o considera mau? O dinheiro é o seu meio de sobrevivência. O veredicto que o senhor dá à fonte de seu sustento é o veredicto que o senhor dá à sua própria vida. Se a fonte é corrupta, o senhor condena a sua própria existência. O seu dinheiro provém da fraude? Da exploração dos vícios e da estupidez humana? O senhor o obteve servindo aos insensatos, na esperança de que eles lhe dessem mais do que sua capacidade merece? Baixando seus padrões de exigência? Fazendo um trabalho que o senhor despreza para compradores que o senhor não respeita? Neste caso, o seu dinheiro não lhe dará um momento sequer de felicidade. Todas as coisas que o senhor adquirir serão não um tributo ao senhor, mas uma acusação; não uma realização, mas um momento de vergonha. Então o senhor dirá que o dinheiro é mau. Mau porque ele não substitui seu amor-próprio? Mau porque ele não permite que o senhor aproveite e goze sua depravação? É este o motivo de seu ódio ao dinheiro? O dinheiro será sempre um efeito, e nada jamais o substituirá na posição de causa. O dinheiro é produto da virtude, mas não dá virtude nem redime vícios. O dinheiro não lhe dá o que o senhor não merece, nem em termos materiais nem em termos espirituais. É este o motivo de seu ódio ao dinheiro? Ou será que o senhor disse que é o amor ao dinheiro que é a origem de todo o mal?
Amar uma coisa é conhecer e amar a sua natureza. Amar o dinheiro é conhecer e amar o fato de que o dinheiro é criado pela melhor força que há dentro do senhor, a sua chave-mestra que lhe permite trocar o seu esforço pelo esforço dos melhores homens que há. O homem que venderia a própria alma por um tostão é o que mais alto brada que odeia o dinheiro – e ele tem bons motivos para odiá-lo. Os que amam o dinheiro estão dispostos a trabalhar para ganhá-lo. Eles sabem que são capazes de merecê-lo. Eis uma boa pista para saber o caráter dos homens: aquele que amaldiçoa o dinheiro o obtém de modo desonroso; aquele que o respeita o ganha honestamente. Fuja do homem que diz que o dinheiro é mau. Essa afirmativa é o estigma que identifica o saqueador, assim como o sino indicava o leproso. Enquanto os homens viverem juntos na terra e precisarem de um meio para negociar, se abandonarem o dinheiro, o único substituto que encontrarão será o cano do fuzil. Mas o dinheiro exige do senhor as mais elevadas virtudes, se o senhor quer ganhá-lo ou conservá-lo.
Os homens que não têm coragem, orgulho nem amor-próprio, que não têm convicção moral de que merecem o dinheiro que têm e não estão dispostos a defendê-lo como defendem suas próprias vidas, os homens que pedem desculpas por serem ricos – esses não vão permanecer ricos por muito tempo. São presa fácil para os enxames de saqueadores que vivem debaixo das pedras durante séculos, mas que saem do esconderijo assim que farejam um homem que pede perdão pelo crime de possuir riquezas. Rapidamente eles vão livrá-lo dessa culpa – bem como de sua própria vida, que é o que ele merece. Então o senhor verá a ascensão dos homens que vivem uma vida dupla – que vivem da força, mas dependem dos que vivem do comércio para criar o valor do dinheiro que eles saqueiam. Esses homens vivem pegando carona com a virtude. Numa sociedade onde há moral eles são os criminosos, e as leis são feitas para proteger os cidadãos contra eles. Mas quando uma sociedade cria uma categoria de criminosos legítimos e saqueadores legais – homens que usam a força para se apossar da riqueza de vítimas desarmadas – então o dinheiro se transforma no vingador daqueles que o criaram. Tais saqueadores acham que não há perigo em roubar homens indefesos, depois que aprovam uma lei que os desarme. Mas o produto de seu saque acaba atraindo outros saqueadores, que os saqueiam como eles fizeram com os homens desarmados. E assim a coisa continua, vencendo sempre não o que produz mais, mas aquele que é mais implacável em sua brutalidade. Quando o padrão é a força, o assassino vence o batedor de carteiras. E então esta sociedade desaparece, em meio a ruínas e matanças.
Quer saber se este dia se aproxima? Observe o dinheiro. O dinheiro é o barômetro da virtude de uma sociedade. Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão – quando para produzir é necessário pedir permissão a homens que nada produzem – quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas influencia – quando os homens enriquecem mais pelo suborno e favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem rouba de quem produz – quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício – pode ter certeza de que a sociedade está condenada. O dinheiro é um meio de troca tão nobre que não entra em competição com as armas e não faz concessões à brutalidade. Ele não permite que um país sobreviva se metade é propriedade, metade é produto de saques. Sempre que surgem destruidores, a primeira coisa que eles destroem é o dinheiro, pois os dinheiro protege os homens e constitui a base da existência moral. Os destruidores se apossam do ouro e deixam em troca uma pilha de papel falso. Isto destrói todos os padrões objetivos e põe os homens nas mãos de um determinador arbitrário de valores. O dinheiro era um valor objetivo, equivalente à riqueza produzida. O papel é uma hipoteca sobre riquezas inexistentes, sustentado por uma arma apontada para aqueles que têm de produzi-las. O papel é um cheque emitido por saqueadores legais sobre uma conta que não é deles: a virtude de suas vítimas. Cuidado que um dia o cheque é devolvido, com o carimbo: ‘sem fundos’. Se o senhor faz do mal o meio de sobrevivência, não é de se esperar que os homens permaneçam bons. Não é de se esperar que eles continuem a seguir a moral e sacrifiquem suas vidas para proveito dos imorais. Não é de se esperar que eles produzam, quando a produção é punida e o saque é recompensado. Não pergunte quem está destruindo o mundo: é o senhor. O senhor vive no meio das maiores realizações da civilização mais produtiva do mundo e não sabe por que ela está ruindo a olhos vistos, enquanto o senhor amaldiçoa o sangue que corre pelas veias dela – o dinheiro. O senhor encara o dinheiro como os selvagens o faziam, e não sabe por que a selva está brotando nos arredores das cidades. Em toda a história, o dinheiro sempre foi roubado por saqueadores de diversos tipos, com nomes diferentes, mas cujo método sempre foi o mesmo: tomar o dinheiro à força e manter os produtores de mãos atadas, rebaixados, difamados, desonrados. Esta afirmativa de que o dinheiro é a origem do mal, que o senhor pronuncia com tanta convicção, vem do tempo em que a riqueza era produto do trabalho escravo – e os escravos repetiam os movimentos que foram descobertos pela inteligência de alguém e durante séculos não foram aperfeiçoados.
Enquanto a produção era governada pela força, e a riqueza era obtida pela conquista, não havia muito que conquistar. No entanto, no decorrer de séculos de estagnação e fome, os homens exaltavam os saqueadores, como aristocratas da espada, aristocratas de estirpe, aristocratas da tribuna, e desprezavam os produtores, como escravos, mercadores, lojistas – industriais. Para a glória da humanidade, houve, pela primeira e única vez na história, uma nação de dinheiro – e não conheço elogio maior aos Estados Unidos do que esse, pois ele significa um país de razão, justiça, liberdade, produção, realização. Pela primeira vez, a mente humana e o dinheiro foram libertados, e não havia fortunas adquiridas pela conquista, mas só pelo trabalho, e ao invés de homens da espada e escravos, surgiu o verdadeiro criador da riqueza, o maior trabalhador, o tipo mais elevado de ser humano – o self-made man – o industrial americano. Se me perguntarem qual a maior distinção dos americanos, eu escolheria – porque ela contém todas as outras – o fato de que foram os americanos que criaram a expressão “fazer dinheiro”. Nenhuma outra língua, nenhum outro povo jamais usara estas palavras antes, e sim “ganhar dinheiro”; antes, os homens sempre encaravam a riqueza como uma quantidade estática, a ser tomada, pedida, herdada, repartida, saqueada ou obtida como favor. Os americanos foram os primeiros a compreender que a riqueza tem que ser criada. A expressão ‘fazer dinheiro’ resume a essência da moralidade humana. Porém foi justamente por causa desta expressão que os americanos eram criticados pelas culturas apodrecidas dos continentes de saqueadores.
O ideário dos saqueadores fez com que pessoas como o senhor passassem a encarar suas maiores realizações como um estigma vergonhoso, sua prosperidade como culpa, seus maiores filhos, os industriais, como vilões, suas magníficas fábricas como produto e propriedade do trabalho muscular, o trabalho de escravos movidos a açoites, como na construção das pirâmides do Egito. As mentes apodrecidas que dizem não ver diferença entre o poder do dólar e o poder do açoite merecem aprender a diferença na sua própria pele, que, creio eu, é o que vai acabar acontecendo. Enquanto pessoas como o senhor não descobrirem que o dinheiro é a origem de todo bem, estarão caminhando para sua própria destruição. Quando o dinheiro deixa de ser o instrumento por meio do qual os homens lidam uns com os outros, os homens se tornam os instrumentos dos homens. Sangue, açoites, armas – ou dólares. Façam sua escolha – não há outra opção – e o tempo está esgotando.

(Meu coração vem na boca! A-D-O-R-O!)