terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Amelie!

Há muito não assistia a meu filme preferido, tinha até quase o tirado da posição. O que seria estupidez de mina parte, o filme é Le fabuleux destin d’Amelie Poulain. Esse texto inicialmente seria sobre a primeira vez que vi o filme sozinho sem chorar. O que não aconteceu, eu só passei da parte em que normalmente chorava. Pra chorar lavando a louça ouvindo Le valse d´Amelie.( é assim que escreve ?)

Esse filme que é geralmente tachado de chato, disseram-me uma vez ser bobo. Bom na minha opinião achar qualquer aspecto dessa obra bobo é bobageira como diria minha avó. Além de uma história maravilhosa, uma fotografia no mínimo mastodôntica, e a parte mais importante o apelo sobre os seres humanos, que assustou até o idealizador do filme que não acreditava nas pessoas que saiam do cinema aos prantos em sua pré-estréia.

O filme para os que assistiram e para os incompletos que não. Trata de Amelie uma jovem que como muitos privada do convívio com outras pessoas na infância, e vivendo em um ambiente com uma falta de ( demonstração ) amor, acaba refugiando em um dos melhores e mais perigosos mundos, o mundo dos sonhadores.

E sonhando criou seu próprio mundo, com o mínimo de pessoas possível. E em meio a sua fabulosa estória somos apresentados a diversos personagens que são caricaturas das psiques mais comuns do dia-a-dia. Colignon o quitandeiro amargurado pelo conflito edipico criado pela super-proteção de sua mãe; espalhando sua amargura pelo mundo com piadas cretinas. Madalene viúva entristecida pela fuga e morte de seu marido, que a amava e não sabia como entregar-se. Dufayel o pintor de ossos de vidro que vendo-se preso em seu apartamento endurece-se e imagina que só existem versões da mesma coisa e vive sua vida criando versões de um mesmo Renoir anualmente. Lucien uma criança presa em um corpo de adulto, que mesmo com seu braço amputado não consegue deixar de ver paixão em sua vida, e ama tudo o que é vivo sem distinções.

Amelie agora adulta e tendo de assistir as iniqüidades da vida, assim como Don Quixote trata de sacudi-la. Tornando-se uma poetiza-terrorista. Invadindo as vidas das pessoas trazendo-lhes o que em seu mundo de sonhos é o que merecem. E já no primeiro ataque descobre que o seu mundo de sonhos está ligado a realidade no ponto onde as pessoas realmente merecem o que parecem merecer. E continua assim sua jornada em busca de mudar tantas vidas quanto puder. Até seu destino cruzar o de Dufayel, o homem de cristal. Que põe sua guerra sob uma perspectiva que ela ainda não havia notado, ou que havia escondido muito bem de si mesma. Ela salvava muitas vidas, mas quem salvaria a dela? Um dos problemas mais complicados da vida de quem é sonhador é sonhar e manter os pés no chão manter o chão próximo suficiente para não doer quando nossa cara bater nele. E nossa cara eventualmente acaba batendo no chão, é a física Newtoniana. As maças caem na cabeça dele e a nossa cara cai no chão, once in a while...

O filme inteiro trata basicamente de procrastinação. Termo que foi definido muito bem pela bela Alaíla, homenageada dum post anterior. “Qual a semelhança entre; uma cerveja estourada no freezer, um bolo queimado, e uma mulher grávida? Nenhuma, mas nada disso teria acontecido se você tivesse tirado antes.” Quando adiamos qualquer coisa essa coisa se torna mais difícil e nossa reação ao fracasso quanto a isso se torna maior, por que o tempo matura qualquer coisa, inclusive nossas expectativas. Até o ponto onde depois de uma série de sessões psicológicas, vencidas no cinema só pelas de Tomas Crown e sua maravilhosa psicóloga. Dufayel dá a ultima dura em Amelie tocando exatamente nesse ponto, caso você não se mexa seu coração tornar-se-á fraco e quebradiço, como meus ossos. É quando tudo faz sentido desde o desdém do barman ao sonne sonne da cabine telefônica até a aspereza da jovem de cabelos vermelhos com a pobre Georgette. E tomada pela reunião de informações Amelie corre até a porta para o desfecho óbvio da comédia. Afinal, o povo tem que casar se não a história num acaba.

Bom, então... Fica a dica, pessoas: Procrastinação é tão bom quanto masturbação.E ambas são passiveis de substituição.

2 comentários:

Unknown disse...

Ainda bem que eu recebi o teu email falando sobre o blog, senao eu ficaria com serios problemas de auto-estima. Se bem que eu nao saberia da existencia do email... entao nao teria como ficar mal! Humpf! :/
:)
So achei injusto a travesti alucinada da line estar na lista. Vacilou marcassa. :P

Gostei do post, bla bla bla! Adoro o filme bla bla bla. Pulando essa parte obvia, que beira a trivialidade e o arquetipo da perda de tempo: fico feliz q vc tenha tido a iniciativa desse blog. Vai pra lista dos sites visitados diariamente ao chegar no trabalho, com um copao de cafeina, a irritabilidade das minhas queridas colegas de trabalho e meu costumeiro bom humor matinal. :D

Sobre a Amelie (esse filme simplesmente sumiu da blockbosta, algum tarado o roubou e eu espero q nao tenha sido vc), o que eu mais gosto dela eh a sua arte de aproveitar cada momento e todas as sensaçoes consequentes. Principalmente se deliciar como expectadora da vida.

Beijos marcassa, quero mojitos e conversas polemicas.

Unknown disse...

tsc tsc....

chego de manha, dou uma volta pelo C&F, jesusmechicoteia, planetabizarro, meus emails, dou uma olhada nos blogs e deixo para o grand final o teu, e.......

e........

e........

nao atualizou!

tsc tsc, marcassa!



mas eu sei o pq! hj depois de meeeeses eu substitui meu copao de cafeina matinal por chocolat-chaud.
eh..... nao me trouxe sorte... vou voltar pra cafeina, AGORA!

beijos negao